COMO
Como colher o que não plantei?
Como receber o que não doei?
Como ter, se não sou?
Como ser feliz, se risos não dou?
Como ser amado, se não amo?
Como ser desejado, se não desejo?
Como sentir-se rico, se sinto-me pobre?
Como desejar saúde, se doente estou?
Como?
Avanças teu olhar,
para além de ti mesmo.
Olhe com a alma,
e encontrarás o que busca.
Feche-se às ilusões do mundo,
e olhe-se por dentro.
Teu reino, teu mundo,
és belo e glorioso.
Em você... Tu és rei.
Rico e poderoso,
majestade suprema.
Governa teus pensamentos,
e sejas, senhor da tua vida.
Em ti.. Tu és responsável,
por tudo que sente, pensa e age.
Já vistes, limões dando em macieiras?
Já vistes, cravos colhidos das roseiras?
Cada qual, segundo sua semelhança.
Se não semear, nada colherá,
além de colher, o que a maioria plantou.
Se não não der do que tem, dar-se do que é,
nada receberá, além de frutos vazios.
Se não ser, antes de ter,
mesmo que tudo tenha, nada terá.
Se não alegrar-se com que é,
a felicidade não virá.
Se não amar com pureza,
o amor não lhe sorrirá.
Se não amar-se profundamente,
todos os amores do mundo, lhe serão rasos.
Se não desejar e não desejar-se,
nada em ti desejarão.
Se não sentir-se rico pelo que se é,
fortuna nenhuma, cobrirá,
vazio tão imenso e pobre.
Se não sentir-se, saudável e divino agora,
louvando cada parte de se corpo,
o infortúnio da doença, lhe ocorrerá
e nada, ninguém, poderá lhe curar.
O mundo é sedutor,
lhe rouba de você.
O vazio, que sentes agora,
é fruto, de olhares, muito pra fora.
Cadê você?
Quem é você?
Qual o sentido da sua vida?
És feliz, com que está sendo, tendo, fazendo?
O que buscas, pode ser comprado?
Conquistado?
Por quanto tempo?
Olhe-se por dentro e adentre,
ao teu verdadeiro reino.
Herdado, desde sua criação,
à imagem e semelhança do Pai.
És cria do criador.
Foi dito: “Vós sois deuses”.
E teu reino, dentro de ti está.
Ainda, está sentindo-se pobre?
Só, mal amado, feio,
infeliz, doente, incapaz...?
Continue vivendo
e um dia, despertarás...
Pois, na eternidade da vida,
a pressa, é só sua.
Marcelo Miura
Araraquara – 19 de maio de 2011 – 17h 38
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