O medo tem sido um vilão em nossas vidas. A cada dia que passa, sentimos mais medo. E isso, vai paralisando-nos, deixando-nos sem ação. O medo é tudo, o que Deus não é. O medo é o oposto do amor, da fé. O medo nos faz parar, nos faz ficar inertes diante de tudo, diante da vida. Por que sentimos medo? Qual a razão, deste sentimento abstrato, que faz tantos estragos? Estragos, que sentimos como reais e concretos em nosso corpo. Desestabilizamo-nos diante do medo, diante do desconhecido. Por quê? Por que, sentimos tanto medo o tempo todo?
Se tivermos pouco dinheiro, sentimos medo de passar necessidades na vida. Se tivermos muito dinheiro, sentimos medo de perdê-lo. Medo de amizades falsas, assaltos, sequestros etc. Se não temos um amor, sentimos medo de ficar sozinhos. Se encontrarmos alguém, sentimos medo de ser traídos, medo de perdermos nossa liberdade, medo da separação, aonde, nosso amor vai embora com outra pessoa, ou pior, na morte dele. Casamos ou não, e na espera do filho desejado, sentimos mais medo. Pensamos: Será que nosso filho virá com saúde? Será que nascerá com o corpo perfeito? Ai meu Deus! E se ele ou ela, quando crescer, for homossexual? E se meu filho morrer antes de mim? Eu não vou aguentar... Quanto medo, sentimos!
E tem mais... Se não possuímos, aquela beleza física que idealizamos, sentimos medo de ser rejeitados. Se tivermos muita beleza, sentimos medo de ser usados, abusados, violentados... Crescemos com medo, vivemos com medo, sentimos medo de envelhecer e pavor, do medo de morrer. Em alguns casos mais pesados, sentimos pânico, que é o medo de sentir o medo.
Como fica nosso emocional com tudo isso? Sentimo-nos fracos, sempre apreensivos e inseguros. Nossa força, entusiasmo e esperança, vão sendo minados pelo medo. Por que agimos assim?
Nós nascemos somente com dois tipos de medo. O de cair e o de barulho. Sabiam disso?
Todos os outros tipos de medo, nós adquirimos na educação que recebemos. Hoje, se somos adultos de pouca fé e medrosos, é devido à educação que tivemos. Uma educação, que vai passando de geração a geração, sem reflexões a cerca do que estamos ensinando e aprendendo. Ensinamentos, que são tidos como cuidados. Porém, tornam-se verdadeiros vampiros de nossa força natural. Além do medo, ensinaram-nos o nojo. Que vem do medo de ficar doente. Com isso, temos nojo de tudo e de todos.
Não sou um anarquista, um rebelde que quer jogar tudo pra cima e viver por aí como um maluco. Não. Não é isso. Não acho errado, que ensinem às crianças princípios de higiene, cuidados pessoais e cautela perante a vida. Ao contrário. Isso é fundamental. A questão é o primeiro pensamento, por traz do pensamento. Há sempre um sentimento de medo, por traz dessas lições. O medo de ficar doente, o medo do outro, o medo da vida, e por fim, o medo de Deus. Onde tudo é pecado. Não faça isso, que Deus fica triste. E por aí vai... Lições absurdas, que as pessoas, chamam de atos de amor.
Já prestaram atenção? As pessoas que mais ficam doentes são aquelas, que mais falam de doenças, ou se preocupam com elas. As pessoas, que mais se preocupam com segurança, são aquelas que mais lhe acontecem situações de riscos, onde são lesadas de alguma forma. As pessoas que mais se preocupam com dinheiro, são aquelas que acabam perdendo-o de alguma maneira. Preocupação é medo. E medo é treva. As pessoas vivem na escuridão e nem percebem. E para ajudar, você atrai para a sua vida, tudo aquilo que mais teme. Esta máxima é uma lei.
Em Jô capítulo 3 versículo 25 a 26 diz:
“O que eu mais temia aconteceu para mim, e o que mais me apavorava me atingiu. Vivo sem paz, sem tranquilidade e sem descanso, em contínuo sobressalto”. É bíblico gente. E como dizem: A palavra tem poder.
Que tipo de sentimento, estava oculto nas lições que nos passaram?
Somos criaturas de hábitos. Repetimos os hábitos das pessoas que nos cercam, principalmente na primeira infância. Ensinaram para gente lições como: Filho, não saia no sereno, porque, você vai se resfriar. Não aceite presente de ninguém, porque pode ser um bandido, um pedófilo ou traficante. Olha filho, nós compramos um carro novo, mas não conta pra ninguém, porque você pode despertar inveja nos seus amigos. Para as meninas, a coisa é pior. Filha, você sempre deve, abrir os olhos e fechar as pernas. Porque os homens só querem aquilo. Depois que conseguirem o que desejam, eles vão embora e você vai ficar mal falada. Não confie em ninguém. As pessoas sempre têm um interesse oculto. Ninguém faz nada de graça. Esmola demais o santo desconfia. E essas afirmações não têm fim. É o medo, o responsável por tudo isso. Um medo doentio.
Eu observo que as pessoas não se dão sossego, não se permitem ficar tranquilas, ficar com a mente serena e se permitir relaxar um pouco. Vivem preocupadas, ansiosas e agitadas. E assim repetindo, os padrões de pensamentos dos pais. E como resultado disso, tem a mesma vida que eles tiveram. Até com os mesmos problemas.
Por isso, numa certa idade, perguntamos: Eu sou eu, ou sou uma cópia de meus pais? Onde está a minha identidade? Nesse conflito, vamos levando uma vida pela metade. Uma vida, aprisionados na escuridão, que o medo é. O medo é a treva. O amor é a luz. Um exemplo:
Ao entrarmos numa sala escura, um local onde não conhecemos, sentimos certa apreensão. Ao acendermos a luz, sentimos um alívio, um conforto, porque agora, enxergamos onde estamos e o que nos cerca.
Com isso, chegamos ao ponto, onde eu sempre insisto recordá-los. SOMOS LUZ.
Vejam que interessante. Ao acendermos a luz de uma sala escura desconhecida, sentimos um alívio, ao ver, onde estamos. Isto significa que todo o medo fora eliminado, simplesmente com o ato, de se acender uma luz.
Então, será que esse excesso de medo que permeia a humanidade, provém, da não conexão com a nossa luz? Do esquecimento de quem somos?
Se formos luz, por que não a usamos?
Boa pergunta. Na minha experiência de vida e no que vejo por aí, creio que a causa, é que, não nos ensinaram esta mágica. Ao contrário, fomos criados para ter medo de tudo e de todos. O lema sempre foi não confiar em ninguém, pois, o mundo é violento, cruel e competitivo como já citei acima.
Foi nessa escuridão, que crescemos. Por isso, é tão difícil hoje, acreditarmos na nossa luz, muito menos, na dos outros. Perdemos a fé em nós mesmos e com isso, perdemos a confiança no próximo. Vivemos desconfiados de tudo e de todos. Temos dificuldade em acreditar, que há atualmente, pessoas que façam algo, sem interesse algum. Somos filhos de Deus, somos luz, porém, vivemos descrentes... Não confiamos na vida, não confiamos em ninguém. E aí, sentimos um vazio, uma angústia. Uma sensação de falta de apoio, algo a se apegar, um esteio, um conforto, para nos dar segurança. E a ansiedade se instala.
A ansiedade é gerada nas teias do medo. Vivemos ansiosos. Vivemos sempre tensos, sempre na expectativa do que virá. A ansiedade, que provém do medo, faz-nos não ter confiança no futuro. Deixa nossa fé pequena. Ficamos inseguros. E nessa insegurança, nos protegemos. Isolamo-nos dos outros em casas com altos muros, cerca elétrica, cães ferozes, seguranças, câmeras, alarmes ou, em condomínios fechados, com tudo isso e mais um pouco. Blindamos nossos carros e não para por aí...
Esse excesso, de busca por segurança externa, já se torna patológico na sociedade. É doentio.
Somos seres que lutamos por liberdade. Porém, sempre estamos escravos de alguém, de alguma coisa, ou situação. Não é intrigante, tudo isso? Por que agimos assim?
Bom, Jesus já dizia: Homens de pouca fé. Isto, responde a pergunta?
E como ter e ou desenvolver fé, meu Deus? A resposta é fácil, porém difícil de aplicar. TORNA-TE QUEM TU ÉS. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche já dizia.
TORNA-TE QUEM TU ÉS. Mas quem eu sou? Ai... Que pergunta difícil! Nossa! É tão complicado assim, querer ver-se? Interiorizar-se? Por que, relutamos tanto, em não querer viajar em nosso mundo interior? É tão obscuro assim, seu mundo interno? Ou você, assim como muitos, sente um vazio interior imenso? Que vazio é esse que sentimos dentro de nós? Como preencher, esse espaço de mim que não há?
Só há um caminho. TORNA-TE QUEM TU ÉS. Assuma sua imagem verdadeira, criada à semelhança de Deus. Somos todos, filhos de Deus, perfeitos na essência. Centelhas da grande Luz, perfeitos como o Pai. Mas, nos esquecemos disso. Eis a ilusão. E vivemos numa realidade ilusória que nos seduz. Que incita-nos insistentemente a ver separação entre nós e os outros. Numa comparação inútil onde, nos colocamos sempre como superior, ou inferior a alguém.
A verdade é - SOMOS TODOS UM - diante à onipresença de Deus. Ora, se Deus é o Todo de tudo e Tudo que existe, então, Tudo é Deus. E se Deus é o amor, logo, o amor é tudo que há. Só existe o amor. Só existe a perfeição. Mas, perfeição esta, que nossa mente não é capaz de assimilar. A sabedoria de Deus e o seu amor incondicional, ainda estão além da nossa compreensão.
E o que fazemos então?
Enquanto não despertarmos, para as verdades maiores, vamos vivendo o agora, com mais confiança e menos medo. Uma vida, com mais otimismo, motivação e entusiasmo. Um viver leve, confiante e na fé em que tudo se ajeita, com amor.
Ao acendermos a luz - com nossa própria luz -, da sala escura desconhecida de nosso interior, sentiremos a verdade de quem realmente somos. Sentiremos um amor imensurável, uma paz inquebrantável e uma força poderosa. Relembraremos quem somos nós, para que viemos, e para onde vamos. Envolvidos numa confiança, numa certeza, que nos acalma e norteia nosso ser.
E sentindo esse Bem Maior, invadindo nossa alma, veremos somente o bem, a luz e o amor em nós, e consequentemente, nos outros. Dissolvendo-nos neste amor, experimentamos a imensidão de Deus. Nesta infinitude, sentimos a segurança, o amor, a abundância, a alegria e toda a vida do Criador. E nesse êxtase, sentiremos uma força incontrolável, aliada a um desejo imenso de distribuir aos outros, o que somos agora. Espalhando por tudo e para todos, esse novo ser, que sou. Agora, sendo luz, gerando amor, vibrando paz, atrairemos mais disso pela lei da atração, onde, semelhante atrai semelhante. Pois, esta lei universal, faz com que atraiamos para nós, aquilo que mais sentimos e acreditamos ser.
O que mais você sente o tempo todo? Medo, ou amor? Serenidade, ou preocupação? Raiva, ou paz? Fé, ou insegurança? Então, é isso, que mais terá em sua vida. Você é responsável por tudo o que lhe acontece, de bom e de ruim. Você é que atrai. Queira, ou não, aceitar essa verdade agora.
Aceite esse convite a iluminar-se. Não custa nada. Mas, vale muito. Aceite a sua luz, a sua divindade e você conseguirá ver, com melhores olhos, os que te cercam. Pois tudo É Deus.
Veja, sinta Deus em tudo que o cerca, em tudo que vê, em tudo que toca e em tudo que sente. Veja o lado bom e luminoso de tudo e de todos. Fale então de prosperidade, de paz, de alegria, de amor, de beleza, de riqueza, de saúde... E sendo assim, doença nenhuma poderá te atingir, mal algum poderá lhe acontecer, porque estará na frequência do amor e do bem. E é só isso, o tudo, que experimentará. Seja luz. TORNA-TE QUEM TU ÉS. Viva no amor. Seja livre. E viva feliz.
Eu acredito em você. Porque, tu és parte de mim. E eu, sou parte de ti.
Marcelo Miura
Araraquara – 25 de fevereiro de 2011 – 10h: 27